Com a proximidade do dia das mães, uma das datas festivas com maior índice de vendas de produtos considerado o “Natal do primeiro semestre”, vem a necessidade de expor as nuances dos reflexos do distanciamento social, no campo das vendas, que vem crescendo de forma praticamente exponencial no denominado e-commerce.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) por movimentar praticamente todo o comércio, o Dia das Mães tem um aumento significativo nas vendas. De acordo com a CNC, a estimativa de volume de vendas é de R$ 12,2 bilhões em todo o país, o que representa aumento de 47% em relação ao resultado de 2020. Por ter sido um ano atípico, em 2020 as vendas diminuíram em relação a 2019, vez que o comércio de varejo não essencial estava fechado devido às medidas restritivas impostas pelas autoridades para o combate ao novo coronavírus.
No ano de 2021, estamos passando por um cenário semelhante ao ano anterior. Muitas cidades no Brasil estão com comércio de lojas físicas restrito ou fechado. Portanto, as vendas feitas por e-commerce, redes sociais, vendas pelo WhatsApp e outros canais digitais ainda são essenciais nessa sazonalidade.
O Procon acredita que o aumento das vendas on-line pode estar diretamente associado ao isolamento social forçado pela pandemia da Covid-19, pois o comércio eletrônico se apresenta como a principal alternativa às lojas físicas.
Atrelado ao aumento das vendas on- line, é possível verificar uma explosão na insatisfação dos consumidores, culminando no aumento de reclamações consumeristas.
O Procon de São Paulo, por exemplo, registrou mais de 120 mil reclamações relacionadas a compras pela internet no primeiro semestre de 2020. O número de queixas supera em 55% todas as reclamações registradas ao longo de 2019.
Por outro lado, os comerciantes de lojas físicas, sofreram consequências do isolamento social em razão da pandemia de Covid-19, mudando o comportamento de consumo das pessoas e obrigando o comércio a cumprir uma série de restrições que vêm castigando o setor, mais de 75 mil estabelecimentos comerciais fecharam as portas no ano passado no país.
Desta forma, diante do atual cenário de pandemia e distanciamento social, percebe-se que foram necessárias adaptações nas relações de consumo, mudanças estas que não são passíveis de previsão, cabendo aos consumidores e comerciantes estarem dispostos a se reinventarem para atender suas necessidades.
Por: Ana Carla Mendonça, Lícea Calaes de Oliveira e Maria Paula Aquino são advogadas da área de Direito do Consumidor do escritório Weiss Advocacia.
